(Belíssimo acróstico composto pelas Irmãs Terciárias Capuchinhas. site: http://www.capuchinhas.com.br/)
S anta Clara, com sua vida e exemplo nos convoca a
A mar sempre e com passos ligeiros se colocar
N o seguimento de Jesus pobre e crucificado
T ecendo relações de fraternura com
A coragem de romper com poderes e privilégios.
C onfiantes na força da Divina Ruah
L ibertos de todos os vícios e pecados
A legres e iluminados, ungidos e enviados
R ecriar a esperança e lutar pelo sonho do
A mor que se faz pão partilhado e sangue derramado.
D ivino é o chamado a sermos humanos e amantes
E xperimentando desejos e anseios pelo Bem amado!
A creditar e ter sempre os olhos fixos no ponto de partida
S aberemos por onde caminhar em tempos de travessia
S ervindo a Jesus nos pequenos e excluidos e
I dentificados com sua paixão
S ermos testemunhas de vida e ressurreição…
NOS PASSOS DE SANTA CLARA DE ASSIS
E de repente o mundo voltou a sorrir. Há oitocentos anos, Deus suscitou no coração medieval, o trovador da jovialidade, Francisco de Assis e sua plantinha Clara. A liturgia da Igreja nos convida a cantarmos o “clarão que surge do rosto da dama pobre” e serva do Altíssimo.
Lendo e meditando a vida de Santa Clara, sinto dificuldades para descrever a grandeza dessa mulher. Apenas posso parafrasear o que disse o papa João Paulo II: O mundo tem saudades de Clara de Assis.
No transcorrer dos dias Clara sente o amor do Amado que perscruta o seu coração. Num gesto louco de profunda entrega e doação, ela sela definitivamente seu casamento com o Amado da sua alma. Quanta magia aquela noite esconde em sua memória. A bela dama de Assis, que deixa o conforto de sua casa, é acolhida por frei Francisco e seus irmãos numa consagração entre o céu e a terra.
Essa união entre masculino e feminino, animus e anima, dá a toda humanidade vida e amor. A lua dança ao brilho do sol. Essa dança cósmica leva-nos hoje a assumirmos um compromisso com nossa mãe terra, a Pachamama indígena, tão ameaçada pelos “pobres filhos de Eva” que tudo querem ter.
Tão jovem e já disposta a viver inteiramente na intimidade com seu Deus pobre e humilde, que se fez um esmoler para implorar nosso amor. A pequenina igreja de São Damião é testemunha de uma vida vivida na obediência do santo Evangelho.
Quando Clara escolhe a vida de pobreza absoluta os homens de ontem e de hoje assistem a morte do lucro que diminui o ser humano. Entre as cores cinza e escuras do dinheiro, a Amada do Amado escolhe colorir sua vida com o Bem o Sumo Bem que não passa – o verdadeiro “tesouro que a ferrugem não consome nem a traça rói, muito menos os ladrões o saqueiam”.
No silêncio do seu convento ela descobre que o mundo é “um nada longe do amor de Deus”. O “silêncio e a solidão são meios indispensáveis para concentrar-nos no essencial, para viver na presença do Senhor”. É a partir dessa perspectiva que a clausura adquire a sua verdadeira dimensão e nós então podemos entender a alma missionária que teve nossa nobre senhora. Na intimidade de sua cela, Clara se encontra com a humanidade que chora e grita “sem eira nem beira”. Faz a perfeita união entre a contemplação e ação se fazendo solidária com “a paixão de Cristo na paixão do mundo”.
Hoje precisamos resgatar em nós, homens modernos, o espírito contemplativo, a doçura e a leveza de alma que possuía Clara de Assis. Queremos nas “lasqueiras de nossas vidas” encontrarmos com o Peregrino de Nazaré, homem que transforma o nosso interior e escreve a mais linda carta de amor em nós e por nós.
Há barulhos por demais e silêncio por de menos rondando o nosso mundo. Precisamos deixar “nosso coração transbordar de amor por Cristo e pela sua humanidade”, assim atualizaremos a alegria daqueles jovens, que deixando tudo o que possuíam encontraram não só o jardim belo e perfumado, mas o próprio Jardineiro ressuscitado, que é nossa garantia de um mundo novo.
Essas linhas são apenas para recordar, no escuro desse dia, a chama que agita e crepita em nós. Nas subidas e descidas da vida possamos seguir Jesus nos passos de Clara de Assis.
Leandro Longo - Piracicaba - SP
Postulante Capuchinho.
Valeu, Leandro! Sempre nos presenteando com belíssimos e profundos artigos!
ResponderExcluirVocê foi claro como Santa Clara.
Que Clara clarei nossas vidas com seu exemplo!
Um grande abraço, paz e bem!
É isso ai Leandro! Assim como Francisco aprendeu com Clara, que nós, franciscanos de hoje, possamos aprender com o feminino, conhecendo nossa Mãe Clara. E, também, com as Clarissas de hoje, unindo-nos em louvor ao Pai!
ResponderExcluir