Do dia 17 a 29 de janeiro, cerca de cinquenta frades capuchinhos, representando todas as circunscrições do Brasil e também dois frades vindos da Custódia do Paraguai, se reuniram em Hidrolândia, Goiás, para o curso de formadores capuchinhos, promovido pela CCB (Conferência dos Capuchinhos do Brasil). Da nossa Província, participaram Fr. Denílson Spironello e Fr. Marcelo Toyansk. O curso se caracterizou por um clima fraterno, de muita partilha em grupos, oração e reflexão.
Inicialmente vimos a realidade da Formação Inicial de todas as circunscrições presentes, semelhanças e desafios das várias etapas da Formação Inicial. O curso também se inspirou na Carta do Ministro Geral, Fr. Mauro Jöhri, “Reacendamos a cha-ma do nosso carisma”, que lança a toda a Ordem forte apelo de renovação e busca de uma vivência mais radical e coerente do nosso carisma. Para tanto, o Ministro Geral partiu de rever a Formação Inicial em toda a Ordem. Esse tema foi-nos apre-sentado pelo custódio do Paraguai, Fr. Mariosvaldo Florentino, durante três dias, despertando em todos uma nova forma de ver todo o processo da Formação Inicial da vida capuchinha, partindo da iniciação cristã. Essa novidade é apresentada pelo próprio Ministro Geral em sua Carta, concebendo que a Formação Inicial deve ser vista em analogia à iniciação cristã! Isso foi colocado como uma grande inovação a ser empreendida por toda a Ordem. Pois percebendo as várias incoerências na vivência do nosso carisma, o Ministro Geral resgata um termo que consta em nossas Constituições, mas que fora pouco entendido e explorado, o de ser necessário uma “iniciação” à nossa vida em seus vários aspectos (contemplação, fraternidade em minoridade, convivência com os pobres, constante renovação/penitência...). Tal iniciação deve ser entendida em analogia à iniciação cristã, resgatada pela Igreja nos últimos decênios, com as características de um catecumenato (conversão), com “provações”, experimentação progressiva, “escrutínios” (avaliação constatada com renúncias e avanços práticos), coerência no processo, adesão com vivência concreta dos valores, e depois com um tempo mistagógico, de amadurecimento e melhor entendimento da vida abraçada, contando sempre com a presença testemunhal da comunidade (Fraternidade). Isso diverge muito de simples reflexões e palestras como a base de uma formação e iniciação à nossa vida, o que é visto muitas vezes entre nós.
Frei Denilson e Frei Marcelo |
Assim, depois de um dia de lazer em Caldas Novas, tivemos ainda dois dias de reflexão com Frei Faustino Paludo, também coordenador do curso, sobre o papel do formador (“iniciador”), da Fraternidade formativa, da realidade dos formandos, e outros pontos e desafios relacionados, partindo das reflexões dos dias anteriores. Por fim, os participantes do curso destacaram treze pontos como encaminhamentos das reflexões desses dias juntos, como da necessidade de se repassar o conteúdo às Províncias, rever os itinerários formativos, viabilizar a vivência dos valores do carisma, com vivências com os pobres ou mesmo tempos de deserto, evitando que o Pós-Noviciado se reduza aos estudos acadêmicos, resgatando o simbólico e vivencial da mística franciscana, atenção maior aos neo-professos, entre outros. Foi avaliado muito positivamente o curso, sendo finalizado com a Eucaristia e o almoço no dia 29, mas ainda seguido de uma reunião no restante do dia entre os secretários da Formação Inicial para encaminhar a segunda etapa do curso, que será de 16 a 28 de janeiro de 2012.
Frei Marcelo Toyansk
Vem espírito Santo e reascende a chama que se apagou.
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