domingo, 18 de março de 2012

2º Tarde Vocacional em São Paulo

Olá irmãos e irmãs.
No último sábado aconteceu na Fraternidade Imaculada Conceição, São Paulo - SP, a 2º Tarde Vocacional.


Organizada pelo Frei Mateus, promotor vocacional local, contou com a presença de seis jovens: Antônio Josélito de Jaraguá, Élio Santana de Barueri, Fábio Alves da Mooca, Fellipe Prado e Alan Inácio ambos de Embu Guaçu e Lucas Souza de Itapecerica da Serra. 



Frei Décio, promotor vocacional provincial, também participou do encontro que foi iniciado com um momento de oração na capela da Fraternidade. Foi lido o Evangelho de João onde os discipulos perguntaram a Jesus: "Mestre, onde moras? e Ele os responde: "Vinde e vede". E assim, esse tema, sobre o chamado vocacional, permeou todo o encontro.

Após a oração, assistiram ao Musical da Globo, do especial Brava Gente, sobre Francisco de Assis. Uma montagem de Ciro Barcelos.


Encerrado o filme, Frei Mateus falou um pouco a cerca do nosso chamado vocacional e formou dois grupos para refletirem a partir das seguintes perguntas:

- Como tenho percebido o chamado de Deus em minha vida?
- Quais os desafios vocacionais de Francisco de Assis?
- Como Francisco enfrenta os desafios e responde ao chamdo de Deus?
- O que podemos aprender com o processo vocacional de São Francisco?




Todos juntos partilharam suas reflexões e o encontro foi encerrado com um delicioso lanche preparado pela fraternidade para os vocacionados.


Que Deus os abençõe e ilumine nessa caminhada vocacional em que disseram o primeiro sim ao chamado de Jesus: "Vinde e Vede".

E anote em sua agenda: 04/05 e 06 de maio: ENCONTRO VOCACIONAL EM PIRACICABA
Mais informações, ligue para nós - (19)3422-5302 ou escreva: pasvocap@procasp.org.br

terça-feira, 6 de março de 2012

Despertar uma Cultura Vocacional nas Paróquias


Ao refletirmos sobre o “Serviço de Animação Vocacional”, ou propriamente na “Pastoral Vocacional”, logo somos levados a pensar imediatamente em “Promoção Vocacional” e isto nos faz erroneamente pensar que a Animação Vocacional se reduz ao serviço de promover as vocações específicas: “sacerdotais, religiosas e missionárias”. O trabalho vocacional é muito mais amplo e exigente, pois indica que se deve percorrer um longo itinerário vocacional que começa no batismo de todo cristão, e que a primeira vocação da qual somos chamados é a vocação à vida.



Toda vocação nasce a partir do batismo, como já afirmavam as reflexões do 2º Ano Vocacional do Brasil (2003). Se for verdade que toda vocação nasce do batismo, ela deveria ser cultivada no seio da família e da comunidade eclesial, que tem a missão de ajudá-la na confirmação dos sacramentos. Por isso, toda a vocação exige cultivo, terreno fértil, oração na família e na comunidade, de modo que todas as vocações encontrem seu lugar e sua missão. Pelo batismo somos chamados a ser “discípulos missionários de Jesus Cristo em favor da vida”, já nos recordou a Conferência de Aparecida.


É bom lembrar que antes do Concílio Vaticano II a animação vocacional estava reduzida à “Obra das Vocações Sacerdotais”. Tudo girava em torno da figura do padre. Após o concílio, com a redescoberta do conceito “Povo de Deus”, o significado da vocação foi melhor compreendido. Nisto começou a se criar uma consciência vocacional, embora tenhamos um longo caminho para percorrer e somos interpelados por Deus.

Na Exortação Apostólica “Pastores Dabo Vobis” (cf. PDV, 34), de João Paulo II, lemos: “o cuidado que a Igreja deve ter com as vocações não é uma simples parte de uma pastoral global, mas uma dimensão conatural e essencial de toda a evangelização”. João Paulo II, no início do Terceiro Milênio, volta a surpreender afirmando que a Igreja não deve apenas promover e animar as vocações para o presbiterato, mas deve motivar e incentivar cada uma, ou seja, todas as vocações (cf. NMI, 46).

O sentido da animação vocacional é um dever de toda a comunidade cristã, a qual, pelo testemunho de uma vida plenamente cristã, se torna mediadora da vocação divina (cf. OT, 2). Dentro desta perspectiva, a paróquia, e todas as comunidades que a ela estão ligadas, deve se comprometer com o serviço de animação vocacional, mesmo que haja uma Equipe Vocacional Paroquial (EVP), ou Pastoral Vocacional, responsável. Na animação vocacional deverão estar presentes todas as pessoas da comunidade, considerando o fato que a Igreja é “mysterium vocationis”, ou seja, Povo de Deus convocado e reunido pela Trindade (cf. PDV, 34).


A animação vocacional procura incentivar a ação de toda a Igreja, de toda a comunidade e de suas pastorais e movimentos afins, no sentido de mediar o chamamento divino dirigido a todas as pessoas.
Na maioria das paróquias a animação vocacional está restrita apenas a alguns momentos fortes. Para se criar uma consciência vocacional tem que desenvolver uma atividade vocacional permanente.

Quando o pároco se torna o primeiro animador vocacional a paróquia passa a redescobrir o valor de se despertar e cultivar uma “cultura vocacional”.

Portanto, uma paróquia toda “vocacionalizada” será uma paróquia onde as pessoas terão o prazer de participar na alegria e colaborar com entusiasmo nos vários serviços e ministérios. Uma pastoral que sente-se vocacionalizada é uma pastoral que age por convicção e fé de que foi chamada para o serviço na Igreja e não simplesmente para ocupar mais um espaço. Uma pastoral, ou movimento eclesial, que tem a consciência vocacional do chamado divino gera testemunho de vida, amplia a ação pastoral, atrai e cultiva as vocações específicas para o sacerdócio presbiteral e para a vida consagrada, sem mencionar a qualidade da participação dos fiéis nas celebrações e eventos programados no âmbito paroquial.

Fazer animação vocacional na paróquia supõe, antes de tudo, uma conscientização vocacional de que todas as pastorais e movimentos são chamados a despertar uma “Cultura Vocacional”, a qual pode denominar de “vocacionalização” das pastorais e movimentos. As paróquias que estão investindo neste campo colherão seus frutos: adolescentes e jovens que optam pela orientação vocacional são acompanhados pela Pastoral Vocacional e, destes, alguns poderão ingressar nos seminários e casas religiosas, outros bem orientados vocacionalmente buscarão a vocação do matrimônio, permanecendo engajados na comunidade e fazendo da paróquia o lugar da comunhão e da partilha.


Fonte: http://www.diocesedetaubate.org.br/portal/?p=853

sexta-feira, 2 de março de 2012

Quaresma: caminho existencial para mudanças

Irmãos e irmãs que nos acompanham pelos meios sociais de comunicação, paz e bem.

Estamos adentrando no 2º Domingo da Quaresma e nele somos convidados a subir a montanha com Jesus e três dos seus discípulos para fazermos a experiência da intimidade, recebermos a visão de sua glória e o mandamento de escutar a sua palavra.
Nossa caminhada quaresmal deste ano se reveste de uma alegria ainda maior ao nos preparamos, também, para em maio e junho participarmos da ordenação presbiteral de dois de nossos irmãos capuchinhos:
Frei Mauricio dos Anjos e Frei Arcanjo.


 Não poderíamos deixar de lembrar que também já iniciamos os preparativos para a comemoração dos 50 anos da promulgação da Constituição Sacrosanctum Concilium que trata da Sagrada Liturgia. Essa comemoração, em especial, está sendo preparada e celebrada com muita reflexão sobre o tema. Por isso, juntando tantas celebrações - Caminhada quaresmal com o ressuscitado, ordenações presbiterais e Sacrosanctum Concilium - nada melhor que publicar o texto elaborado pelo Frei Maurício dos anjos para a sua participação no seminário Nacional de Liturgia que aconteceu em Itaici do dia 31 de janeiro a 04 de fevereiro. Eis o texto.

Música e Canto Litúrgico

Em todos os estudos sobre o canto e a música na Liturgia, devemos ter bem claro o princípio fundamental formulado pelo Concílio Vaticano II: "... a música sacra será tanto mais santa, quanto mais intimamente estiver ligada à ação litúrgica..." (SC 112c). Assim, uma autêntica celebração exige que se observe exatamente o sentido e a natureza próprios de cada parte e de cada canto. Quanto mais gerais forem então os textos dos cantos e menos ligados à ação litúrgica ou ao tempo e à festa, tanto mais podemos dizer que não são eles litúrgicos, pois o importante é cantar a Liturgia, e não simplesmente cantar na Liturgia, como tantas vezes acontece.


Inserido na Liturgia, como parte integrante desta, o canto litúrgico participa de sua sacramentalidade, tornando-se então mistagógico, ou seja, capaz de conduzir a assembléia celebrante ao âmago do mistério. Por isso, é canto objetivo, que nasce da fé bíblica e eclesial, canto, pois, ritual, com função ministerial na Liturgia, seja acompanhando um rito, como é o caso dos cantos processionais (Entrada, Oferendas e Comunhão), seja por ser ele mesmo o rito, como no caso do “Glória” e do “Santo”. O mesmo não se pode dizer do canto simplesmente religioso, devocional, limitando-se este a sentimentos de ordem puramente subjetiva, sem ligar-se, portanto à objetividade litúrgica.


Traduzindo o pensamento conciliar e o ensinamento da Igreja, queremos dizer então que, na Liturgia, não se canta por cantar. Não se canta para encher espaço ou cobrir possíveis vazios na celebração. Também não se canta por ser o canto bonito e cheio de mensagens, simplesmente. O canto, na Liturgia, não é divertimento nem se destina a tornar a celebração mais leve, mais agradável, mais movimentada. O canto litúrgico nunca pode ser mero enfeite, pois ele tem, na celebração, uma função ministerial, que lhe é própria. Às vezes, porém, certos cantos nos deixam a impressão de estarem apenas embelezando o momento celebrativo.

Na Liturgia, o canto une as pessoas, anima e dá vida à celebração, como afirma Ione Buyst. Facilita passar de "uma só voz" a "um só coração" e, finalmente, a "uma só alma", como se vê na espiritualidade das comunidades primitivas (cf. At 4,32a). Podemos, pela Liturgia, unir nossa voz à dos anjos, em Liturgia terrestre e celeste, como acontece de fato no canto do “Santo”, sendo realmente nosso canto exultação de um povo feliz e redimido, que caminha para a casa do Pai.

Na linguagem bíblica e litúrgica, canto se associa ao Espírito Santo, e espírito tem relação com sopro, vento. O Espírito de Deus suscita em nós o "som", a vibração correta, que nos faz pensar e sentir em uníssono com o próprio Deus. O canto produz, pois, a harmonia universal. Aliás, a palavra "canto" tem sentido de "harmonia". Assim, podemos dizer que a criação, na sua harmonia, é um canto de louvor a Deus, e a Liturgia, nas palavras de Paulo VI, “é o louvor de Deus, na linguagem de um povo orante”. E com razão Bento XVI sublinha que “a música sacra tem que nos levar para outro mundo, para uma nostalgia do transcendente”.


O canto amplia o sentido das palavras e, por outro lado, sonda o mais profundo da interioridade do ser, cativa e faz brotar os sentimentos mais puros e profundos da alma humana. Ele liberta-nos dos limites da palavra, do racionalismo intelectual, do mero conceito, para dar-nos uma projeção do infinito e do indizível, na alegria que faz o coração exultar diante do mistério. É nesse sentido que São Tiago pergunta e, ao mesmo tempo, responde: "Está alguém alegre? Então cante!" (cf. Tg 5,13b).


Devemos vivenciar juntos a profundidade espiritual de um canto, pois a música, na Liturgia, é chamada a uma densidade teológica e espiritual à altura do mistério que nela celebramos. Por isso, não se pode escolher qualquer canto e qualquer música para a celebração, pois, como já vimos, ela deve aderir-se à natureza da Liturgia, na sua funcionalidade ministerial. A letra e a música deverão, assim, ser feitas no Espírito, levando-se em conta a situação ritual do canto, como também o tempo litúrgico ou a festa celebrada.

Frei Mauricio José Silva dos Anjos, OFMCap
Ordem dos Frades Menores Capuchinhos - Província de São Paulo.
Fraternidade Nossa Senhora Aparecida – Dracena - SP

Bibliografia.
“Sacrosanctum Concilium”, Constituição Conciliar sobre a Sagrada Liturgia, 1963.
CONFERÊNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL. Estudo sobre os cantos na missa. 2. ed. São Paulo: Edições Paulinas, 1978. (Estudosda CNBB, 12).
______. Pastoral da música litúrgica no Brasil. 2. ed. São Paulo: Paulinas, 1976. (Estudos da
CNBB, 7).
____. A música litúrgica no Brasil. São Paulo: Paulus, 1999. (Estudos da CNBB, 79).
BUYST, Ione. Música Ritual. Revista de Liturgia, São Paulo, v. 93, [mai./jun.] 1989, p. 88.
______. Música Ritual. Revista de Liturgia, São Paulo, v. 94, [jul./ago.] 1989, p. 124.
______. Música Ritual. Revista de Liturgia, São Paulo, v. 98, [mar./abr.] 1990, p. 61.