Na solenidade da impressão das Chagas do Seráfico Pai São Francisco, frades de diversas fraternidades capuchinhas do Estado de São Paulo se reuniram no convento centenário taubateano da plantinha de Francisco, Santa Clara, na celebração eucarística das 19h, para acolher de forma definitiva no seio da Fraternidade Províncial, dois novos jovens, Frei Maurício José Silva dos Anjos e Frei Arcanjo de Sousa Soares, que afirmaram o desejo, de forma convicta e para a toda vida, de seguir os passos e os traços de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Chamados desde o ventre de suas mães, alimentados pelo amor da família e vivendo a experiência da comuni-dade eclesial, desco-brem a figura do “nove-lus pazzus in mondo”. A vida e o modo de ser de Frei Francisco apresen-taram-lhes uma inspi-ração de vida, um caminho a ser trilhado. Frei Maurício e Frei Arcanjo desejaram beber da fonte da espiritualidade franciscana, cujo manancial é fundamentalmente o seguimento de Jesus Cristo e saborearam a descoberta gradativa do mistério do Cristo, revelação do amor e da misericórdia de Deus para com a humanidade.
Frei Maurício e Frei Arcanjo |
Na caminhada vocacional de Frei Maurício e de Frei Arcanjo, eles cativaram e se deixaram cativar. Assim, na pequena igreja do Convento Santa Clara naquele sábado, congregaram-se testemunhas vindas de todos os lugares: Dom Antonio Afonso de Miranda, bispo emérito de Taubaté, frades, formadores, formandos, professores, familiares e parentes, homens, mulheres, jovens, crianças, idosos, religiosas, religiosos, amigos, lideranças comunitárias e a irmã lua, que ali fora, sorrateiramente espreitava pelas frestas do convento os fatos que aconteciam. Todos ali estavam para sustentá-los no seu SIM: "É isso que eu quero, é isso que eu procuro, é isso que eu desejo fazer de todo o coração".
Os abraços. Alguns longos, outros mais apertados, com palavras ou simples silêncio, lágrimas, sorrisos, choro, coração apertado, nó na garganta, olhares cúmplices de um ideal, um turbilhão de sentimentos. O ir ao encontro dos novos irmãos que adentraram definitivamente a nossa vida provincial é a confirmação do nosso SIM: o Senhor lhes chamou e vocês responderam: “Eis-me aqui, Senhor”.
Frei Maurício e Frei Arcanjo ao celebrarem a sua profissão perpétua na Província dos Capuchinhos de São Paulo tinham a certeza de que a liturgia da solenidade da impressão das Chagas de São Francisco não era apenas a recordação do evento como um ponto de “chegada”, o fim da vida de Frei Francisco, mas antes como sinal da configuração vivida ao longo de toda vida dele.
Cônscios, portanto, de quererem viver no crisol da fraternidade para continuamente experimentarem o amor misericordioso de Deus, para se tornarem homens reconciliados e reconci-liadores, e assim pode-rem afirmar como Paulo: “Com Cristo fui co-crucificado; vivo e não mais eu, mas Cristo vive em mim” (Gl 2,10).
Frei José Gomes de Sousa Junior (Frei Portuga)